“Estive em Copenhagen em dezembro e fiquei impressionado com a liderança do Brasil. O País tem uma voz de grande poder, não apenas pela Amazônia, mas porque ofereceu liderança em tantas outras questões relacionadas à sustentabilidade”, destacou Al Gore, referindo-se à participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no evento. O Brasil apresentou propostas de redução de emissão de gases de efeito estufa em valores entre 35% e 40%.
O fórum em Manaus reuniu lideranças empresariais do mundo, interessadas em discutir desde a preservação da floresta amazônica a outros itens relacionados ao desenvolvimento sustentável.
Al Gore, autor de “Uma Verdade Inconveniente”, best-seller que virou filme com nome homônimo, é hoje um dos líderes mais atuantes no que se refere às mudanças climáticas.
Tanto que no encontro falou sobre “A importância da Amazônia no contexto das alterações climáticas globais”. Para ele, a criação de um fundo mundial que financie projetos de preservação em países que têm florestas sob custódia é um ponto central a ser discutido. “Não há mais controvérsias sobre este assunto. Trata-se de um ponto chave para tentar minimizar os impactos das alterações climáticas”, afirmou.
“A Amazônia é um tesouro imenso que pertence ao Brasil, guardado e protegido. O valor dos recursos genéticos e da biodiversidade contida na floresta é impar, e só agora está sendo reconhecido pelas companhias de biotecnologia, pelos cientistas e por indústrias de toda a natureza”, afirmou.
Ele fez uma comparação: “Vender uma floresta pelo valor da madeira é como vender um computador pelo preço do silício. O valor real da Amazônia está em toda a informação que ela contém. A cura de diversas doenças está na floresta.”
Sobre a resistência dos Estados Unidos em assinar o acordo sobre o clima, Al Gore disse acreditar que isso aconteça ainda este ano. A proposta já foi aprovada no Congresso americano, afirmou, mas a grande dificuldade está na aprovação pelo Senado.
“Há organizações muito grandes que lutam contra isso e elas têm sido muito poderosas até agora”, explicou o líder, citando também os efeitos da crise financeira mundial.
No caso da Amazônia, Al Gore defendeu parcerias que tragam maior benefício para o povo que vive na região. “Não acredito que haja mais o temor de que o interesse mundial na Amazônia seja uma ameaça de invasão ou de posse. É claro que temos que respeitar a história de insultos, abusos e temores herdada do passado. Mas hoje a preservação requer debates e conhecimentos compartilhados. É preciso um acordo global não só para preservar a Amazônia, mas as outras florestas do planeta.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.