sábado, 19 de junho de 2010

Importação de Santa Catarina quase dobra em maio - Revista Fator

A alta nas compras externas do estado foi puxada pela aquisição de insumos para a indústria .
Florianópolis - As importações de Santa Catarina em maio de 2010 praticamente dobraram em relação ao mesmo período no ano passado. As compras externas do estado somaram US$ 919,6 milhões, com alta de 90,2%, puxada pela importação de insumos para a indústria como catodo de cobre refinado e seus elementos, laminados de ferro e aço e polietileno. Nesse mesmo período de comparação, o crescimento das exportações foi mais modesto, com embarques de US$ 701,3 milhões, e aumento de 15,7%, segundo dados divulgados pela FIESC no dia 11 de junho (sexta-feira). O saldo negativo da balança comercial em 2010 se agravou e agora já acumula US$ 1,4 bilhão.
Para o diretor de relações industriais e institucionais da FIESC, Henry Quaresma, embora o valor das importações de bens de consumo também esteja aumentando, o fato de predominarem os insumos para a indústria na pauta de importação é um paliativo. "Significa que estas importações ainda serão beneficiadas pela indústria, que se adaptou à conjuntura de câmbio valorizado e passou a importar matérias-primas para compensar a perda de receita com as exportações. Ou seja, ainda será agregado valor a maior parte dessa pauta de importações" diz. "Contudo, está em curso também um salto na importação de itens destinados ao consumidor final e isso deve ser visto com atenção, pois estamos gerando postos de trabalho no exterior", acrescenta.
No acumulado do ano, as importações totalizaram US$ 4,3 bilhões, com elevação de 67,7% em comparação com o mesmo período em 2009. Entre os principais produtos importados pelo estado estão catodo de cobre refinado e seus elementos (179,7%), laminados de ferro e aço (120,7%) e polietileno (69,9%) e fios de fibras, poliésteres e artificiais (40%).
De janeiro a maio, dos dez principais países de quem Santa Catarina mais importou estão a China, com compras de (US$ 1 bilhão), Chile (US$ 546,6 milhões), Argentina (US$ 419,5 milhões), Estados Unidos (US$ 315,5 milhões) e Alemanha (US$ 154,4 milhões).
Nesse mesmo período, as exportações somaram US$ 2,9 bilhões, alta de 13,7%. Os produtos com aumentos mais expressivos foram blocos de cilindros e cabeçotes para motores (145,7%), grãos de soja (44,5%), motocompressores herméticos (41%), carne de frango (20,8%) e produtos de madeira (19,6%).
Quaresma lembra que a competitividade internacional da indústria catarinense é uma das questões centrais do documento Desenvolvimento SC: uma visão da Indústria, que será debatido com os candidatos ao governo do estado. "O estado precisa recuperar o tempo perdido e criar um ambiente favorável à produção. Do contrário, os déficits da balança seguirão crescendo e poderemos enfrentar a desindustrialização, voltando a ser produtores e exportadores de commodities", afirma.
Para a FIESC, o salto nas importações está relacionado também aos incentivos que o estado oferece às empresas que importam pelos portos catarinenses. Parte das compras fica em Santa Catarina, mas uma boa parcela é distribuída a outros estados.
Embora em ritmo bem inferior às importações, as exportações catarinenses vêm crescendo desde fevereiro. Os Estados Unidos lideram como principal comprador do estado, com compras de US$ 351,7 milhões. Na sequência aparecem Países Baixos, com embarques de (US$ 276,5 milhões), Japão (US$ 183,8 milhões), Argentina (US$ 182,1 milhões), Alemanha (US$ 123,3 milhões) e Reino Unido (US$117,2 milhões).

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